domingo, 28 de outubro de 2007

O que acontece se eu não operar meu joelho Doutor???

Equipe pronta para mais uma prótese de joelho .

Iniciando o procedimento...

Visão de perfil do joelho acometido - Notar a intensa artrose, com desgaste cartilaginoso importante!!!

Menisco totalmente degenerado pelo processo de desgaste anormal. Assim como eles, os ligamentos também sofrem com o desgaste progressivo, até ruptura completa.

Note o desgaste intenso da superfície articular, praticamente sem cartilagem.
Osso com osso.

Prótese posicionada. Note seus componentes de metal, intercalados com polietileno, o que aumenta sua resistêcia à carga e tensões angulares.


Essa é uma das perguntas mais comuns em meu ambulatório, especializado em patologias do joelho e Medicina desportiva. Parte dessa dúvida reside no medo que qualquer paciente tem em relação ao procedimento cirúrgico, principalmente quanto a anestesia, e aos seus respectivos resultados.
Temos grande parcela de culpa nisso, pois nos ambulatórios pré-operatórios as dúvidas não são devidamente esclarecidas, por meio de videos, artigos e fotos, expondo ao paciente a real situação pela qual passará.
Foi com esse objetivo que resolvi usar esse espaço, como meio de solucionar tais problemas, principalmente no meu meio de trabalho diário!!!
Mas o assunto aqui será o resultado patológico daqueles pacientes que não quiseram operar e que tinham instabilidade ântero-lateral presente, com indicação absoluta para tratamento cirúrgico.
A evolução natural é comparável a um pneu de um carro com suspensão desequilibrada ou desalinhada... gasta de um lado e mantém a normalidade no outro, resultando em inapetência funcional final. O mesmo acontece com nosso joelho, pois a instabilidade resultante da lesão ligamentar faz que haja atrito anormal e sobrecarga entre superfícies articulares, que leva ao desgaste anormal da cartilagem e à tão temida ARTROSE, que nada mais é do que destruição cartilaginosa com exposição do osso subcondral... atrito osso com osso... resultando DOR INTENSA e INCAPACIDADE PARA DEAMBULAÇÃO!!!
Nesses casos, na maioria das vezes, só a prótese total do joelho é a solução... última saída de resolução!!! Cirurgia de salvação!!!
Com a prótese, retiramos cirurgicamente toda a superfície articular do joelho (fêmur distal e tíbia proximal), implantando uma superfície metálica no fêmur e tíbia, com auxílio de cimento especial, intercalados com polietileno, material resistente a choque e carga. Os resultados, guardadas as devidas proporções, é excelente!!!
Mas existem indicações que devem ser seguidas sempre, como idade maior do que 60 anos (salvo para casos de doenças reumáticas pré-existentes, que levam à degradação articular precoce), dor intensa inclusive em repouso, comprometimento grave de 2 ou mais compartimentos do joelho (são 3 ao todo), além de deformidade progressiva com desvio do eixo mecânico de todo o membro inferior analisado.
Uma última consideração é aquela que fala na qualidade do material empregado. Infelizmente nossa indústria nacional ainda não é capaz de produzir uma material de qualidade, fazendo com que ainda tenhamos que recorrer ao material importado, muitas vezes mais caro. É a vida!!!