quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Lesões nas prática desportiva



É mundialmente sabido que é grande a incidência de lesões nos mais diversos esportes, normalmente diretamente proporcionais ao grau de dificuldade de execução ou à esforço excessivo na obtenção dos resultados.

São classificadas como:

1. CONTUSÕES: Pode ser óssea ou muscular. É induzida por um trauma contuso, que resulta em agressão direta às estruturas subjacentes, evoluindo com dor, edema e equimose local;

2. ESTIRAMENTOS: As estruturas ligamentares são levadas a um estresse máximo, porém não o bastante para resultar em ruptura completa das fibras. Resulta em dor, edema leve local, impotência funcional do membro, mas sem instabilidade articular;

3. LUXAÇÕES: A força da ação danificadora é grande e leva ao colapso (ruptura) de todas as fibras ligamentares, resultando em perda da congruência articular, com deformidade palpável e visível; Se houver apenas perda parcial da congruência articular, temos a chamada SUB-LUXAÇÃO;

4. DISTENSÕES MUSCULARES: São graduadas de acordo ao dano muscular e à característica clínica própria da lesão. A Grau I é aquela com menos dor e edema, além de não ter depressão visível do ventre muscular, sem equimose. O dano às fibras é apenas parcial; Na Grau II, há um meio termo entre a melhor e a pior, enquanto que na Grau III existe intenso edema, dor e depressão visível e palpável, além de volumosa equimose. Há ruptura completa das fibras musculares. Pode ser uma desinserção, quando perde contato definitivo com a estrutura óssea;

5. FRATURAS: São divididas em fechadas e abertas (expostas), sendo que no segundo caso há comunicação do hematoma fraturário com o meio externo, com potencial contaminação e evolução sempre para cirurgia.


Esportes onde se exige muito contato físico, como futebol (em todas as sua modalidades), basquetebol ou esportes de luta têm uma maior incidência de lesões, na sua maioria com grande gravidade, exigindo muito conhecimento especializado em Traumatologia por parte dos profissionais médicos que se posicionam fora dos gramados ou das quadras. Então, quando da realização de eventos esportivos, se faz necessária a presença de um profissional especializado na área de Ortopedia e Traumatologia, assim como ambulância completa com serviço de UTI móvel, a fim de que o atendimento seja o mais completo possível.

terça-feira, 28 de agosto de 2007

Como abordar um POLITRAUMATIZADO

Fratura fechada de fêmur. Mesmo sem exposição, resulta em intenso sangramento, com perda volêmica importante.

Fraturas expostas da tíbia, fíbula (em dois segmentos) e calcâneo em um mesmo membro. Todas foram submetidas a estabilização imediata com fixadores externos.

Note o grau de impotência funcional e instabilidade do membro, além de ferimento corto-contuso na face posterior da perna.


Fixador externo linear posicionado no membro inferior.



Resultado final. Fixador externo, associado a tração trans-esquelética para estabilização ideal.


Outro exemplo de trauma de alta energia, que resultou em fratura-luxação do quadril. Há fratura do rebordo posterior do acetábulo e luxação posterior do quadril.


Direciono esse artigo a todos os meu alunos da UFAM e UEA, já que sem dúvidas esse é o assunto por eles mais aguardado no transcorrer do período letivo.
Começo explicando que toda a rotina do ATLS, táo divulgada por aqueles que trabalham com trauma no nosso Estado, foi idealizada e colocada a prova na prática por um grupo de ortopedistas e cirugiões gerais, visando sistematizar o atendimento e diminuir os riscos de complicações relacionadas ao possível despreparo dos médicos quando expostos a essa situação crítica.
A rotina do ABCDE também é seguida, sem divergências, por todos os ortopedistas no mundo, sendo que a conduta especializada é tomada de acordo com a particularidade do caso.
Visamos antes de mais nada, estabelecer um padrão clínico de regularidade quanto aos pontos cardiovasculares e respiratórios, antes mesmo de iniciar nossa conduta.
Quanto mais segmentos acometidos por fraturas e luxações, amior o risco de complicações associadas ao quadro, como SARA (Síndrome da Angústia Respiratória do Adulto) ou tromboembolismo.
Cada segmento é abordado de forma objetiva e completa, visando atingir a estabilidade perdida entre os fragmentos fraturados, com consequente restabelecimento da potência funcional do membro. Isso resulta também em maior alívio da dor, com menor chance de evolução para o choque neurogênico. Essa estabilização também diminui os riscos de danos vasculares ou neurais que seriam concomitantes a mobilidade dos fragmentos.
Tudo isso resultaria em maior independência dos pacientes quanto a suas tarefas cotidianas, além de possibilitar sua mobilidade no leito, reduzindo o risco de estase sanguínea e consequente tromboembolismo.
É aí que entram os fixadores externos lineares, tubo-tubo ou circulares, funcionando como mecanismo por onde a carga é transmitida provisoriamente, até que a estrutura óssea seja restabelecida prontamente.

Anestesia: vilã ou vítima?

Momento em que se identifica o espaço ideal para injetar o anestésico. Note a gota de líquor, presente nessa região anatômica. É ela, ou a presença dela, que nos serve de guia...


Momento da punção. Único instante em que há referência a dor pela maioria dos pacientes.


Seringa utilizada e agulha, na parte inferior. Note que apesar de grande, seu calibre é bem pequeno, resultando em menos agressão as membranas...


A pergunta mais feita por todo e qualquer paciente na rotina de consultório, quando informado de que será submetido a cirurgia, é quanto ao tipo de anestesia que sofrerá.
As perguntas são muitas... quanto ao tipo... quanto a duração... quanto ao tamanho da agulha... quanto as possíveis complicações... dentre outras.
Na minha prática de rotina, que aborda as cirurgias do joelho, assim como as relacionadas a Medicina Desportiva, na maioria das vezes optamos pela anestesia raquidiana, onde é injetada uma calculada dose de anestésico no espaço entre as membranas que recobrem o cerébro e a medula (sistema nervoso central), ao nível da coluna lombar (entre a 4a. e 5a. vértebras lombares), fazendo um bloqueio da função sensitiva e motora dessa área, extendendo-se por toda porção inferior, por um período de até 3 horas. A cirurgia dura em média 1 hora, então... teremos tempo de sobra.
É claro que existem as exceções, porém são raros os casos onde a anestesia geral se faz necessária. Aliás, como é uma cirurgia por vídeo na maioria das vezes, o paciente pode assisti-la pela televisão em tempo real, se assim for sua vontade. Se não, é adicionado um esquema de sedação, fazendo com que o mesmo durma por todo o período operatório.
Pode ser realizado nas posições sentado ou deitado, de lado.
E agora? Mais calmos? Espero que sim!!! Não há com o que se preocupar... somos todos muito bem formados e atualizados em relação aos procedimentos.
Ah... não podemos esquecer... o JEJUM deve ser em DIETA ZERO, na qual nem água pode ser tomada, por pelo menos 8 horas antes da cirurgia, uma vez que qualquer conteúdo no estômago pode refluir com a perda da consciência e chegar aos pulmões, levando a uma das mais preocupantes complicações, que é a PNEUMONIA ASPIRATIVA!!! Imaginem feijão, arroz... lá no seu pulmão...
Além desta, a outra complicação é a cefaléia pós-anestésica, induzida muitas vezes pela teimosia do paciente em manter a cabeça erguida durante o ato operatório, o que aumenta a pressão no espaço onde o anestésico é injetado, resultando na "dor de cabeça".

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

"Pronto para guerra!"

É com esse título que o Professor e Personal Trainer Leandro Paiva lança nos próximos meses, o livro mais completo e abrangente sobre diversos assuntos relacionados a prática desportiva, seu preparo, sua execução e seus resultados.
Como não podia deixar de ser, mais uma vez participo de uma produção literária, escrevendo um capítulo sobre a importância das glicosaminas na manutenção da viabilidade cartilaginosa de atletas de elite, enquadrados nas modalidades de luta: Jiu-jitsu, submission e Vale-tudo.
Acredito que o mesmo só veio abrilhantar ainda mais o trabalho do Professor, trazendo informações sobre o assunto mais corriqueiro dentre os atletas de luta: les'oes articulares e meniscais, seguidas a artrose degenerativa articular.
Aguardem... logo estará nas bancas!!! Esse eu recomendo a meus pacientes, amigos e alunos!!!