sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Atualização em cirurgia de reconstrução ligamentar do joelho

Placa de titânio com 2 cm, interligada ao enxerto por uma alça absorvível

Placa + alça + enxerto de tendões flexores

Mais imagens do complexo entre método de fixação por endobutton + enxerto

Parafuso abssorvível usado para fixação tibial do mesmo enxerto


Abordarei aqui um tema amplamente conhecido e debatido no último Congresso Brasileiro de Ortopedia, em São Paulo... a fixação femural do enxerto com endobutton!!!
Tal técnica antigamente era empregada basicamente em caso de cirurgias em pacientes jovens, que ainda tinham a zona de crescimento ósseo ativa, o que impossibilitaria a brocagem para confecção do canal ósseo por onde posicionamos o enxerto.
Com o avanço tecnológico atual, podemos indicar essa técnica que emprega os já conhecidos tendões flexores, que são fixados postero-lateralmente ao fêmur por uma pequena placa de titânio, interligada ao enxerto por uma alça, sem a necessidade de parafusos.
Apesar do exposto, é importante que você consulte sempre um ortopedista especialista na área, pois é uma técnica que exige experiência e conhecimento adquiridos em horas de estudo teórico e execução prática!!!

domingo, 28 de outubro de 2007

O que acontece se eu não operar meu joelho Doutor???

Equipe pronta para mais uma prótese de joelho .

Iniciando o procedimento...

Visão de perfil do joelho acometido - Notar a intensa artrose, com desgaste cartilaginoso importante!!!

Menisco totalmente degenerado pelo processo de desgaste anormal. Assim como eles, os ligamentos também sofrem com o desgaste progressivo, até ruptura completa.

Note o desgaste intenso da superfície articular, praticamente sem cartilagem.
Osso com osso.

Prótese posicionada. Note seus componentes de metal, intercalados com polietileno, o que aumenta sua resistêcia à carga e tensões angulares.


Essa é uma das perguntas mais comuns em meu ambulatório, especializado em patologias do joelho e Medicina desportiva. Parte dessa dúvida reside no medo que qualquer paciente tem em relação ao procedimento cirúrgico, principalmente quanto a anestesia, e aos seus respectivos resultados.
Temos grande parcela de culpa nisso, pois nos ambulatórios pré-operatórios as dúvidas não são devidamente esclarecidas, por meio de videos, artigos e fotos, expondo ao paciente a real situação pela qual passará.
Foi com esse objetivo que resolvi usar esse espaço, como meio de solucionar tais problemas, principalmente no meu meio de trabalho diário!!!
Mas o assunto aqui será o resultado patológico daqueles pacientes que não quiseram operar e que tinham instabilidade ântero-lateral presente, com indicação absoluta para tratamento cirúrgico.
A evolução natural é comparável a um pneu de um carro com suspensão desequilibrada ou desalinhada... gasta de um lado e mantém a normalidade no outro, resultando em inapetência funcional final. O mesmo acontece com nosso joelho, pois a instabilidade resultante da lesão ligamentar faz que haja atrito anormal e sobrecarga entre superfícies articulares, que leva ao desgaste anormal da cartilagem e à tão temida ARTROSE, que nada mais é do que destruição cartilaginosa com exposição do osso subcondral... atrito osso com osso... resultando DOR INTENSA e INCAPACIDADE PARA DEAMBULAÇÃO!!!
Nesses casos, na maioria das vezes, só a prótese total do joelho é a solução... última saída de resolução!!! Cirurgia de salvação!!!
Com a prótese, retiramos cirurgicamente toda a superfície articular do joelho (fêmur distal e tíbia proximal), implantando uma superfície metálica no fêmur e tíbia, com auxílio de cimento especial, intercalados com polietileno, material resistente a choque e carga. Os resultados, guardadas as devidas proporções, é excelente!!!
Mas existem indicações que devem ser seguidas sempre, como idade maior do que 60 anos (salvo para casos de doenças reumáticas pré-existentes, que levam à degradação articular precoce), dor intensa inclusive em repouso, comprometimento grave de 2 ou mais compartimentos do joelho (são 3 ao todo), além de deformidade progressiva com desvio do eixo mecânico de todo o membro inferior analisado.
Uma última consideração é aquela que fala na qualidade do material empregado. Infelizmente nossa indústria nacional ainda não é capaz de produzir uma material de qualidade, fazendo com que ainda tenhamos que recorrer ao material importado, muitas vezes mais caro. É a vida!!!

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Novos casos de lesão no Futebol Profissional - FAST Clube

Hoje mais uma vez fui procurado por um clube de futebol, que passa por uma situação difícil ao perder dois de seus principais jogadores, vitimados por lesões nos joelhos.
É crescente o ritmo de incidência das lesões desportivas nesse segmento do aparelho, principalmente as lesões meniscais.
Trata-se de jogadores atualmente no Nacional Fast Clube, disputando a penúltima fase da Série C do Campeonato Brasileiro, sendo eles: Delmo, ídolo maior da torcida amazonense desde 1998, quando ainda jogava pelo São Raimundo, que sofreu um entorse no joelho D, com provável lesão do menisco medial e Fábio, ainda pouco conhecido, porém de igual importância no elenco do excelente Treinador Aderbal Lana, que também foi vitimado por um entorse do joelho, com provável lesão meniscal lateral. Ambos foram examinados e agora serão submetidos a análise por ressonância nuclear magnética, na Clínica MAGSCAN, nossa parceira, liderada pelos amigos Guilherme e Conceição.
Tudo pode ser acompanhado no jornal A Crítica de hoje... já nas bancas!!!
Espero que as notícias posteriores possam ser as melhores aos torcedores e esporte amazonenses!!!

terça-feira, 4 de setembro de 2007

O avanço nas técnicas e materiais das cirurgias do joelho

Tendões flexores (mm. grácil e semitendíneo) já suturados e preparados em 4 feixes. Note a alça do crosspin, que não deixa haver contato com o enxerto.

Parafuso transverso absorvível de fixação femural - Cross-pin.

Tendões dos músculos grácil e semitendíneo - confecção do enxerto de tendões flexores.



Tendões flexores já retirados. Ainda serão submetidos a limpeza e sutura para confecção do enxerto quádruplo.




Parafuso transverso de titânio - Transfix. Note que seu posicionamento é perpendicular ao do enxerto.


Parafuso de interferência absorvível para fixação tibial - Extra-lock.


Posicionamento do parafuso no túnel tibial. Note que após tração manual, o parafuso é implantado paralelo ao tendão.


Imagem que mostra feridas cirúrgicas sob síntese com mononylon.


Ferida de uma artroscopia simples. Somente dois portais, um medial e um lateral ao tendão patelar.



Este é, sem dúvida, o ramo da Ortopedia e Traumatologia onde tivemos o maior avanço das técnicas e dos materiais cirúrgicos.



Quando falamos de patelar, lembramos que o mesmo é resultante da retirada do terço central do tendão, incluindo fragmentos ósseos da patela e tíbia proximal, indispensáveis para fixação do mesmo nos túneis ósseos. Lembramos ainda qua sua fixação femural e tibial se dá com o uso do parafuso de titânio ou aço, chamado de parafuso de interferência, se interpondo entre o fragmento ósseo do enxerto e a porção ósseo periférica do túnel confeccionado anteriormente. Tal enxerto dobra a potência de tensão para 200N ( a do ligamento natural é de 100N). Há ainda os tendões flexores (mm. grácil e semitendíneo), que são retirados e suturados, formando um enxerto quádruplo, também muito efetivo e potente.
Também quanto à fixação houve grandes avanços, uma vez que utilizamos atualmente os parafusos transversos no fêmur, que ficam totalmente interiorizados na massa óssea, cruzando com o neo-ligamento de forma perpendicular, diminuindo o contato com o mesmo, servindo apenas como ponto de ancoragem proximal, sem comprometer sua vascularização e consequente viabilidade. Pode ser de titânio ou material biossintético, sendo este último totalmente absorvível num período variável de 1 a 2 anos. Esse último é conhecido como Cross-pin, e utiliza-se também de uma alça onde o parafuso é posicionado, de forma que não há definitivamente qualquer contato com o enxerto, servindo apenas de ponto de sustentação, deixando livres os bordos do enxerto para o contato ósseo com as paredes do túnel ósseo, facilitando sua integração. Quanto à fixação tibial, usamos o parafuso de interferência absorvível, também conhecido com extra-lock, que com seu desenho inovador permite maior adaptação ao túnel ósseo, por ser deformável, e diminui a agressão por meio de suas estrias ao tendão flexor (enxerto) adjacente. Hé ainda aqueles de titânio, especiais para o caso, mas com eficiência bem inferior.


As inovações também estão presentes no fio que usamos, em relação a matéria-prima (seda, nylon, ...) e ao entrelaçamento de suas fibras, fazendo com que se tornem muito mais resistentes ao estresse de tração e tensão, como o exemplo do Fio de Herculine. Isso permite uma firme sutura entre os feixes tendíneos, contribuindo para integridade estrutural do enxerto e determinação de sua resitência final.



Há ainda os equipos de irrigação intra-articular, hoje dotados de sensores que controlam a saída de água, mantendo a pressão intra-articular sempre ótima e regular para a visualização das estruturas intra-articulares, lesionadas ou não. Com isso, diminuimos a chance do surgimento de uma das mais temíveis complicações pós-operatórias, resultante do estravasamento da água para os tecidos moles adjacentes à cápsula, resultando em extenso edema e dor, que muitas vezes impede a mobilidadev precoce e compromete o resultado final, além do que prolonga o tempo de internação do paciente, para regressão do mesmo. Esse controle é indispensável.


Portanto, tais avanços tornam todo o procedimento muito mais seguro e completo, com resultados excelentes e retorno precoce às atividades de trabalho ou esportivas.

LESÕES MENISCAIS

Momento em que, após a manipulação intra-articular por vídeo do menisco lesado (tipo alça de balde), estamos realizando a exérese do fragmento lesado.

Todo o procedimento é realizado com visualização pelo vídeo.

Note o grande fragmento retirada, que estava dobrada sobre si mesmo, travando de forma importante o joelho do paciente, tornando impossível sua extensão completa.


Imagem final do procedimento. Note o discreto edema residual e os portais sintetizados com apenas um ponto (0,5 cm).


Uma das patologias mais comuns na prática médica relacionada à Medicina Desportiva, pertencente a especialidade de Ortopedia e Traumatologia, é a Lesão dos meniscos.

Os meniscos estão localizados dentro da articulação do joelho, distribuídos em dois dos seu compartimentos, medial e lateral, com base em seu posicionamento femuro-tibial. Há também o segmento articular fêmuro-patelar, que é desprovido de tal estrutura.

Funcionam como amortecedores de impacto entre as estruturas ósseas já mencionadas, além de redistribuirem a carga, impede estresse excessivo sobre determinada região. São responsáveis também pela distribuição igualitária do liquido sinovial, assim como são os principais estabilizadores secundários do joelho (primários são os ligamentos).

Portanto sua lesão leve ao comprometimento de todas essas funções, e é aí que reside a importância da manutenção de sua estrutura e funcionalidade, sem exceções.

As lesões são classificadas de acordo com seu aspecto macroscópico e microscópico, onde se observa a característica do traço da lesão e sua posição em relação à vascularização, se na zona branca (desvascularizada - mais central) ou na zona vermelha (vascularizada - mais periférica). Podemos denominá-la, então, da seguinte forma: radial, radial dupla, clivagem horizontal, clivagem vertical, clivagem mista, retalho, alça de balde e degenerativa. De todas essas, apenas a última pode ser de tratamento conservador... pode ser... por que se o quadro clínico do paciente indicar dor intensa, instabilidade e impotência laborativa (ao trabalho), a indicação cirúrgica se faz necessária, mesmo nesse caso.

O tratamento atual é bem simplificado pelo avanço nas técnicas e materiais cirúrgicos empregados, fazendo com que o retorno à prática normal diária se dê por volta de 3 semanas.

A fisioterapia começa logo após a cirurgia, com crioterapia e exercícios isométricos.

A última pergunta, e uma das mais realizadas é: E se eu não fizer a cirurgia, Doutor? A explicação está no fato de que tais lesões, por toda a perda de funcionalidade que traz consigo, resulta em desgaste da cartilagem articular, com avanço para artrose degenerativa, que num estágio mais avançado só é resolvida por uma prótese total cimentada de joelho, uma cirurgia bem mais complicada e de resultados reservados.

Portanto, se você possui uma dessas lesões, fique tranquilo... sua solução é mais simples do que parece!!! Procure um especialista com urgência!!!


domingo, 2 de setembro de 2007

A verdade sobre o infarto súbito nos esportes

Muito tem se falado recentemente sobre os casos de parada cardio-respiratória ocorridos em atletas de futebol, ocorridos em centros de primeiro mundo como Itália e Israel, resultantes de falência cardíaca súbita, sem precedentes anteriores. Algumas colocações são acertadas, enquanto outras fogem totalmente do conhecimento atual sobre tal assunto, levando o assunto a uma abordagem errônea, baseada em conceitos arcaicos e já proscritos. O ruim é que alguns destes são veiculados até em jornais de grande tiragem. Um absurdo!!! Pra não dizer outra coisa!!!
Hoje é mundialmente discutido em Congressos e encontros que reunem especialistas em Medicina Desportiva, assim como cardiologistas, clínicos gerais, cirurgiões, ortopedistas, dentre outros, a gênese de tal problema, visando seu maior entendimento e consenso de acordo com os mais diferentes pontos de visão, das mais diferentes especialidades médicas, todas ligadas entre si peli esporte.
Sabemos, com base em tudo que é discutido e divulgado, que nos dias atuais os atletas são submetidos cada vez mais a uma carga excessiva de exercícios físicos, muitas vezes por sua própria vontade, a fim de obter resultados cada vez melhores, dentro de suas modalidades, obedecendo a máxima de que não hã vitória sem sofrimento.
Com esse intuito, alguns lançam mão de meios nem sempre corretos, como o uso de drogas anabolizantes sintéticas, que num curto espaço de tempo proporcionam o nível atlético esperado, porém deixam sequelas graves, como insuficiência cardíaca grave, com picos hipertensivos e falência do músculo cardíaco (miocárdio), podendo levar ao infarto e morte súbita.
Porém, mesmo no caso em que não há essa relação, temos o excesso de carga de trabalho específica, que faz com que o coração, um órgão tão importante e funcionante graças a um estímulo elétrico ritmado do próprio organismo, sofra um colapso por estresse excessivo, com decréscimo de sua vascularização e perfusão, resultando em hipóxia, isquemia e necrose do músculo, que leva à parada cárdio-respiratória e morte. Nem sempre existem alterações perceptíveis aos exames normais de rotina, o que faz com que alterações possam ser subavaliadas e o prognóstico reservado.
É difícil imaginar que centros altamente desenvolvidos como a Itália sejam balançados por tais acontecimentos, ainda mais com Clubes de Futebol altamente profissionalizados como o Sevilla, nos acontecimentos atuais. É mais comum pensarmos que isso só ocorreria em áreas subdesenvolvidas, com péssimas condições de trabalho aos médicos e demais profissionais envolvidos na área, como aqui no nosso esporte, onde nenhum dos exames de rotina é feito, com a desculpa de que não há potencial financeiro, enquanto sabemos que na maioria dos casos é descaso mesmo!!!
A verdade é que o atleta, teoricamente goza de uma saúde perfeita, sem quaisquer antecedentes patológicos e sem exposição a fatores de risco como hipercolesterolemia, hipertrigliceridemia, dentre outros, o que faz com que sua rede vascular que nutre o coração, tendo como base as artérias carótidas, salvo por alguma mal-formação, não tenham o que chamamos de rede vascular acessória, extremamente importante por desviar o fluxo sanguíneo conseguindo nutrir áreas acometidas por uma possível obstrução súbita. Tal rede vascular é comum em idosos e pessoas com história de comorbidades, o que faz com que o índice nessas pessoas de mal súbito seja muito menor. Como não existe no atleta essa rede acessória, qualquer obstrução resulta em grande falência do miocárdio, quase sempre mortal, dependendo apenas do grau de obstrução.
Então, muitas vezes, nós médicos envolvidos na área, podemos sim passar pela situação de sermos acusados de negligência e descaso nesses casos, como os colegas do Sevilla, porém antes é preciso que se estude o caso e que se entenda a situação, para que não se cometa injustiça, como pode ser esse o caso.
E pelo amor de Deus,vamos parar com essa história de cáries dentárias... não existe mais espaço para isso!!!

As principais lesões desportivas na prática médica

Lesão completa do tendão de Aquilles, na porção mio-tendínea, com esgarça~mento complexo das fibras. Lesão já debridada cirurgicamente.

Procedemos com a tenorrafia término-terminal tipo Krakow, com reforço utilizando o tendão do músculo fibular curto.

Ferida sob síntese, mostrando restauração da estrutura anatômica.


No dia-a-dia de consultório ortopédico, algumas perguntas são muitas vezes formuladas por nossos pacientes, vitimados por lesões ocorridas quando de práticas esportivas: Doutor, quais as lesões mais frequentes em atletas, qual seu tratamento e seu prognóstico? Volto ainda a jogar?

Pensando nisso, procuro aqui abordar tais temas e responder de forma sucinta a tais perguntas.

As duas lesões mais comuns são: Distensões musculares e lesões tendíneas, que vão desde um processo inflamatório simples, até lesão completa de suas fibras por desgaste excessivo.

Nas distensões musculares, é importante dizer que tais lesões ocorrem quando na fase antagônica da ação muscular, onde ele realiza um contração excêntrica, com alongamento máximo de suas fibras. Isso vai de encontro ao conhecimento médico geral, que até períodos não tão distantes, pensava serem tais patologias resultantes de trauma direto ou em contração concêntrica, na fase ativa.

De acordo com o estresse a que são submetidas, as fibras musculares entram em colapso, podendo sofre rupturas microscópicas, que relacionam-se apenas com os estiramentos, at~e colapso total das mesmas, as chamadas distensões musculares grau III, com ruptura total do ventre muscular.

Como já abordado, podem ser classificadas em graus ( I, II e III), de acordo com características clínicas e radiológicas, também prognósticas.

Grau I: Ruptura parcial e leve de fibras, sem depressão palpável ou visível no contorno anatômico, com leve edema local e dor à digitopressão, porém ainda sem equimose ou hematomas. O prognóstico é bom e seu tratamento baseia-se em crioterapia local, 20 minutos com intervalos mínimos de 3 horas, além de anti-inflamatórios, como Arcoxia, Prexige, Celebra, Nisulid, dentre outros, usados de acordo com indicação e prescrição médicas. A fisioterapia desde as primeiras horas pós-lesão também é imprescindível, com ultrassom pulsátil e eletro-estimulação;

Grau II: Ruptura parcial das fibras, só que agora com depressão visível e palpável, além da presença de hematoma ou equimose. O seu tratamento é praticamente o mesmo, só que por um período maior de recuperação, visto que a cicatrização necessária também é maior;

Grau III: São as mais graves, com ruptura completa do ventre muscular e sinais clínicos bem característicos. A opção de tratamento pode se estender até a necessidade cirúrgica, se necessário for.

Quanto as lesões tendíneas, é muito comum nos depararmos com as tendinites induzidas por esforços de repetição por tempo prolongado, as chamadas LER-DORT, que são tratadas nos mesmos princípios anteriormente descritos. O complicado, nesses casos, é que esses processos inflamatórios de repetição levam o organismo a manter um processo de cicatrização intermitente, onde se tira células danificadas e repõe novas, só que resulta em enfraquecimento estrutural, com calcificação de permeio, sendo essa uma estrutura de carga constante, o que pode resultar em colapso estrutural, com desinserção do osso ou ruptura do tendão, com consequências clínicas graves a médio e longo prazos. Podem resultas de atividades de trabalho, até desportivas, quando deitas de forma inadequada, expondo tais estruturas ao estresse para o qual não estão preparadas.

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Lesões nas prática desportiva



É mundialmente sabido que é grande a incidência de lesões nos mais diversos esportes, normalmente diretamente proporcionais ao grau de dificuldade de execução ou à esforço excessivo na obtenção dos resultados.

São classificadas como:

1. CONTUSÕES: Pode ser óssea ou muscular. É induzida por um trauma contuso, que resulta em agressão direta às estruturas subjacentes, evoluindo com dor, edema e equimose local;

2. ESTIRAMENTOS: As estruturas ligamentares são levadas a um estresse máximo, porém não o bastante para resultar em ruptura completa das fibras. Resulta em dor, edema leve local, impotência funcional do membro, mas sem instabilidade articular;

3. LUXAÇÕES: A força da ação danificadora é grande e leva ao colapso (ruptura) de todas as fibras ligamentares, resultando em perda da congruência articular, com deformidade palpável e visível; Se houver apenas perda parcial da congruência articular, temos a chamada SUB-LUXAÇÃO;

4. DISTENSÕES MUSCULARES: São graduadas de acordo ao dano muscular e à característica clínica própria da lesão. A Grau I é aquela com menos dor e edema, além de não ter depressão visível do ventre muscular, sem equimose. O dano às fibras é apenas parcial; Na Grau II, há um meio termo entre a melhor e a pior, enquanto que na Grau III existe intenso edema, dor e depressão visível e palpável, além de volumosa equimose. Há ruptura completa das fibras musculares. Pode ser uma desinserção, quando perde contato definitivo com a estrutura óssea;

5. FRATURAS: São divididas em fechadas e abertas (expostas), sendo que no segundo caso há comunicação do hematoma fraturário com o meio externo, com potencial contaminação e evolução sempre para cirurgia.


Esportes onde se exige muito contato físico, como futebol (em todas as sua modalidades), basquetebol ou esportes de luta têm uma maior incidência de lesões, na sua maioria com grande gravidade, exigindo muito conhecimento especializado em Traumatologia por parte dos profissionais médicos que se posicionam fora dos gramados ou das quadras. Então, quando da realização de eventos esportivos, se faz necessária a presença de um profissional especializado na área de Ortopedia e Traumatologia, assim como ambulância completa com serviço de UTI móvel, a fim de que o atendimento seja o mais completo possível.

terça-feira, 28 de agosto de 2007

Como abordar um POLITRAUMATIZADO

Fratura fechada de fêmur. Mesmo sem exposição, resulta em intenso sangramento, com perda volêmica importante.

Fraturas expostas da tíbia, fíbula (em dois segmentos) e calcâneo em um mesmo membro. Todas foram submetidas a estabilização imediata com fixadores externos.

Note o grau de impotência funcional e instabilidade do membro, além de ferimento corto-contuso na face posterior da perna.


Fixador externo linear posicionado no membro inferior.



Resultado final. Fixador externo, associado a tração trans-esquelética para estabilização ideal.


Outro exemplo de trauma de alta energia, que resultou em fratura-luxação do quadril. Há fratura do rebordo posterior do acetábulo e luxação posterior do quadril.


Direciono esse artigo a todos os meu alunos da UFAM e UEA, já que sem dúvidas esse é o assunto por eles mais aguardado no transcorrer do período letivo.
Começo explicando que toda a rotina do ATLS, táo divulgada por aqueles que trabalham com trauma no nosso Estado, foi idealizada e colocada a prova na prática por um grupo de ortopedistas e cirugiões gerais, visando sistematizar o atendimento e diminuir os riscos de complicações relacionadas ao possível despreparo dos médicos quando expostos a essa situação crítica.
A rotina do ABCDE também é seguida, sem divergências, por todos os ortopedistas no mundo, sendo que a conduta especializada é tomada de acordo com a particularidade do caso.
Visamos antes de mais nada, estabelecer um padrão clínico de regularidade quanto aos pontos cardiovasculares e respiratórios, antes mesmo de iniciar nossa conduta.
Quanto mais segmentos acometidos por fraturas e luxações, amior o risco de complicações associadas ao quadro, como SARA (Síndrome da Angústia Respiratória do Adulto) ou tromboembolismo.
Cada segmento é abordado de forma objetiva e completa, visando atingir a estabilidade perdida entre os fragmentos fraturados, com consequente restabelecimento da potência funcional do membro. Isso resulta também em maior alívio da dor, com menor chance de evolução para o choque neurogênico. Essa estabilização também diminui os riscos de danos vasculares ou neurais que seriam concomitantes a mobilidade dos fragmentos.
Tudo isso resultaria em maior independência dos pacientes quanto a suas tarefas cotidianas, além de possibilitar sua mobilidade no leito, reduzindo o risco de estase sanguínea e consequente tromboembolismo.
É aí que entram os fixadores externos lineares, tubo-tubo ou circulares, funcionando como mecanismo por onde a carga é transmitida provisoriamente, até que a estrutura óssea seja restabelecida prontamente.

Anestesia: vilã ou vítima?

Momento em que se identifica o espaço ideal para injetar o anestésico. Note a gota de líquor, presente nessa região anatômica. É ela, ou a presença dela, que nos serve de guia...


Momento da punção. Único instante em que há referência a dor pela maioria dos pacientes.


Seringa utilizada e agulha, na parte inferior. Note que apesar de grande, seu calibre é bem pequeno, resultando em menos agressão as membranas...


A pergunta mais feita por todo e qualquer paciente na rotina de consultório, quando informado de que será submetido a cirurgia, é quanto ao tipo de anestesia que sofrerá.
As perguntas são muitas... quanto ao tipo... quanto a duração... quanto ao tamanho da agulha... quanto as possíveis complicações... dentre outras.
Na minha prática de rotina, que aborda as cirurgias do joelho, assim como as relacionadas a Medicina Desportiva, na maioria das vezes optamos pela anestesia raquidiana, onde é injetada uma calculada dose de anestésico no espaço entre as membranas que recobrem o cerébro e a medula (sistema nervoso central), ao nível da coluna lombar (entre a 4a. e 5a. vértebras lombares), fazendo um bloqueio da função sensitiva e motora dessa área, extendendo-se por toda porção inferior, por um período de até 3 horas. A cirurgia dura em média 1 hora, então... teremos tempo de sobra.
É claro que existem as exceções, porém são raros os casos onde a anestesia geral se faz necessária. Aliás, como é uma cirurgia por vídeo na maioria das vezes, o paciente pode assisti-la pela televisão em tempo real, se assim for sua vontade. Se não, é adicionado um esquema de sedação, fazendo com que o mesmo durma por todo o período operatório.
Pode ser realizado nas posições sentado ou deitado, de lado.
E agora? Mais calmos? Espero que sim!!! Não há com o que se preocupar... somos todos muito bem formados e atualizados em relação aos procedimentos.
Ah... não podemos esquecer... o JEJUM deve ser em DIETA ZERO, na qual nem água pode ser tomada, por pelo menos 8 horas antes da cirurgia, uma vez que qualquer conteúdo no estômago pode refluir com a perda da consciência e chegar aos pulmões, levando a uma das mais preocupantes complicações, que é a PNEUMONIA ASPIRATIVA!!! Imaginem feijão, arroz... lá no seu pulmão...
Além desta, a outra complicação é a cefaléia pós-anestésica, induzida muitas vezes pela teimosia do paciente em manter a cabeça erguida durante o ato operatório, o que aumenta a pressão no espaço onde o anestésico é injetado, resultando na "dor de cabeça".

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

"Pronto para guerra!"

É com esse título que o Professor e Personal Trainer Leandro Paiva lança nos próximos meses, o livro mais completo e abrangente sobre diversos assuntos relacionados a prática desportiva, seu preparo, sua execução e seus resultados.
Como não podia deixar de ser, mais uma vez participo de uma produção literária, escrevendo um capítulo sobre a importância das glicosaminas na manutenção da viabilidade cartilaginosa de atletas de elite, enquadrados nas modalidades de luta: Jiu-jitsu, submission e Vale-tudo.
Acredito que o mesmo só veio abrilhantar ainda mais o trabalho do Professor, trazendo informações sobre o assunto mais corriqueiro dentre os atletas de luta: les'oes articulares e meniscais, seguidas a artrose degenerativa articular.
Aguardem... logo estará nas bancas!!! Esse eu recomendo a meus pacientes, amigos e alunos!!!

terça-feira, 24 de julho de 2007

Mais um trauma relacionado ao esporte!!!


É assim que minha equipe encara mais esse desafio!!!

O jogador Raimundo Nonato do São Raimundo Esporte Clube foi vítima de agressão durante o jogo com o Nacional, tendo saído do campo direto para a Unidade de Urgência do Pronto Socorro Municipal 28 de Agosto, onde foi medicado e recebeu o diagnóstico, após análise clínica e radiológica, de uma fratura completa e sem desvio da fíbula, no seu terço médio (diáfise).

Após o primeiro atendimento, foi encaminhado ao Pronto Socorro de Fraturas, Clínica particular onde faço parte do Corpo Clínico, para posterior análise e conduta.

Com uma avaliação minuciosa e mais completa, com exames radiológicos mais precisos, pudemos determinar que apesar da gravidade da lesão e do fato do paciente ser jogador profissional de futebol de campo, não há necessidade de tratamento cirúrgico, uma vez que a fratura foi um achado isolado, devido ao trauma direto sobre a face lateral da perna, não tendo havido lesão da estrutura ligamentar do seguimento anatômico adjacente.

Portanto, procedemos com imobilização por aparelho gessado suro-podálico (tipo bota), restringindo todo e qualquer contato do membro com o solo, mesmo que em carga parcial, por 45 dias, período em que esperamos haver a consolidação da fratura. Vencido esse prazo, somemos ainda mais 45 dias de rehabilitação fisioterápica no nosso Centro de Recuperação de Atletas, que é dirigido pela fisioterapeuta Dra. Régia Coelho. Só após esse período é que o mesmo voltará a suas atividades.

Uma pena!!! Mas em esportes como o futebol, sempre podem ocorrer casos como esse!!!

sábado, 21 de julho de 2007

O que é a ARTROSCOPIA?



Quando falamos ao paciente que sua indicação clínica sugere uma intervenção cirúrgica por artroscopia, muitas dúvidas surgem em sua cabeça: Tem corte na pele... e qual o tamanho? Leva pontos? É uma cirurgia a laser? Precisa de anestesia geral?

Vamos começar nossa explicação dizendo, logo no início, que não há qualquer relação entre uso de raios laser e o procedimento em si! Não sabemos ao certo de onde veio tal informação, mas não procede em gênero, número e grau!

Trata-se de um procedimento realizado por meio de uma pequena câmera, introduzida na cavidade articular de forma minimamente invasiva, com cortes de 0,5 cm na pele, que permite a visualização indireta das estruturas internas, com seu diagnóstico definitivo e tratamento cabível. Toda a cirurgia é asistida através de um televisor de 20 polegadas com tela plana, podendo ser analisada por todos os componentes da equipe médica e também pelo próprio paciente, se assim ele desejar.

Os cortes normalmente são sintetizados (costurados) com um único ponto, resultando em uma cicatriz mínima, sem danos estéticos.

Quanto a anestesia, a mais utilizada é a raquidiana, que bloqueia os nervos da cintura para baixo por um período médio de 3 horas. Raramente a anestesia geral é indicada!

Portanto, quando sua indicação for uma artroscopia, fique tranquilo, pois atualmente não é nenhum "bicho de 7 cabeças".
Cabe ainda uma ressalva: a artroscopia pode ser indicada para várias articulações, como joelho, ombro, quadril, tornozelo e punho.

Sou tricolor do coração... sou do clube tantas vezes campeão...


É com muito orgulho que comemoro os 105 anos do maior Clube do futebol brasileiro, meu grande Fluminense Football Club (em inglês mesmo... aristocracia pura!!!).

Não existe nenhum time nem no Rio de Janeiro e nem em todo o mundo com tamanha fidalguia e imponência, carregando em seu manto sagrado anos e anos de Glórias e Conquistas nas mais diversas modalidades desportivas!!!

Podem chorar... urubuzada... portuguesada... e viúvos do Garrincha... não há como tentar nenhum tipo de comemoração!!! Nosso time é e sempre será inigualável!!!

segunda-feira, 16 de julho de 2007

As diferenças entre ARTROSE e ARTRITE

Essa seja talvez uma das maiores dúvidas presentes em quaisquer ambulatórios de Ortopedia, motivo de grande confusão quando o assunto é tentar compreender seus conceitos e sua fisiopatogenia. Por isso, espero esclarecer tais dúvidas com essa explicação rápida.
A artrite é um processo inflamatório - específico ou inespecífico - da membrana que reveste a articulação, chamada membrana sinovial. Isso resulta em dor e edema articulares, além de grande impotência funcional. Pode ser causada por uso excessivo, como quando acontece nos exercícios físicos em excesso ou feitos sem orientação (artrite traumática transitória) ou por processos infecciosos, por agentes inoculados no foco articular ou a distância. Necessita de tratamento imediato e normalmente responde rápido a intervenção médica.
As artroses articulares são resultantes de um desgaste progressivo e crônico da cartilagem que reveste a face articular dos ossos, resultando em dor crônica, creptação difusa aos movimentos e também impotência funcional. Responde mal ao tratamento, necessitando de longos períodos de tratamento, o que nem sempre garante sucesso ao final.
Portanto, a única relação que pode existir entre essas duas patologias é que a artrite, se não tratada a tempo, pode agredir demasiadamente a cartilagem, interferindo na sua nutrição, e resultar na necrose da mesma, levando a artrose.
Lembrando sempre que a melhor solução para as artroses é a prevenção, expressa na prática de esportes regularmente e manutenção do peso corpóreo ideal sempre!
Quanto ao tratamento, nas artrites lançamos mão de AINE como Arcoxia ou Prexige, além de gelo local, 20 minutos de 3/3 hs. Podemos ainda utilizar antibióticos quando a provável etiologia for infecciosa. Ja nas artroses, devemos usar os estimuladores de crescimento cartilaginoso, como artrolive ou condroflex, por um período que vai de 3 a 6 meses!

domingo, 15 de julho de 2007

Somos Bicampeões contra "hermanos" fregueses!!!


Não poderia ser melhor!!! Somos bicampeões da América, mais uma vez sobre a Argentina, mais uma vez com o time considerado reserva e com mais uma goleada!!!

Vale até dizer que "los hermanos" já são fregueses de carteirinha!!!

Num jogo que pôde ser considerado fácil, com amplo domínio das situações por parte de nossa Seleção, derrotamos novamente a seleção argentina por 3 a 0. Esse realmente foi um domingo inesquecível!!!

Heptacampeão... só o Brasil!!!



E esse com certeza é um domingo como poucos para nós ... Brasileiros!!!

Num jogo muito difícil, contra uma equipe fortíssima - Rússia - a seleção Brasileira de Vôlei sagrou-se campeã da Liga Mundial pela sétima vez, confirmando nossa hegemonia nessa modalidade esportiva, há anos, diga-se de passagem.

Mais uma vez se destacou o técnico Bernardinho, um líder como poucos, que com muita vontade e experiência comandou seu grande time rumo a mais uma vitória. Já são 219 jogos sob seu comando, com apenas 21 derrotas!!! É mole?

Aos poucos o Brasil vai se tornando o País do Vôlei também... não há como negar!!!

Esse domingo tá sendo demais... e ainda falta o jogo contra a Argentina, na final da Copa América!!!

Será que vai fechar com chave de ouro???

Agora o Brasil é OURO!!!



Sabíamos que podia demorar um pouco, muito suor ía ser preciso, mas cedo ou tarde ganharíamos nossa primeira medalha de Ouro nos jogos Panamericanos - Pan - do Rio 2007.

Quiz o destino que o responsável fosse Diogo Silva, nossa maior estrela do Tae Kwon Do. Em lutas emocionantes, ele conseguiu sobrepujar seus adversários e ganhou nossa primeira medalha de Ouro, fazendo soar no nível mais alto do pódio o Hino Nacional, pro delírio do povo brasileiro.

E pensar que ele começou a lutar pra fugir da violência urbana, por ordem de sua mãe, como uma tentativa de reeducá-lo. Deu certo!!! Pra nosso orgulho!!!

Tenho que lembrar também que seu prestígio só não é maior por que, por falta de patrocínio (que é muito comum no nosso país), não conseguiu avançar na semifinal da Olimpíada, ficando em quarto lugar. Mas desde lá já havia nos mostrado do que era capaz!!!

Que saibamos no futuro dar maior apoio a nossos atletas, seja aqui no Amazonas ou em todo o Brasil, para que possamos ter um desempenho ainda melhor nas próximas competições.

Potencial nós temos ... e de sobra!!!

quarta-feira, 11 de julho de 2007

DECIFRANDO AS CIRURGIAS DO JOELHO


Então, com base em perguntas frequentes de consultório, dia após dia, quero aqui expor esclarecimentos básicos sobre tudo o que envolve o pré, per e pós-operatório, em relação as cirurgias desse seguimento corpóreo.

Anestesia
Com relaçao à anestesia, existe um período de jejum, muito contestado pela maioria dos pacientes,que varia de 6 a 8 horas antes da cirurgia. A explicação está no fato de que o paciente, ao ser submetido a indução anestésica, perda um pouco o nível de consciência, podendo evoluir com o que chamamos de broncoaspiração, que nada mais é do que o refluxo do conteúdo gástrico para laringe, cursando com a entrada do mesmo na árvore brônquica. Tal complicação pode resultar em uma patologia muito grave e que leva o paciente a ter necessidades de cuidados intensivos, chamada Pneumonia Aspirativa.
Portanto, acredito que é bem melhor manter o jejum, apesar do incômodo!!!

Quanto a escolha pela técnica anestésica a ser empregada, cabe ao anestesiologista a decisão, porém a mais utilizada e a Raquianestesia, que bloqueia as estruturas nervosas abaixo da linha da cintura, por um período de 2 a 3 horas. Pode-se ainda associar a sedação, porém essa escolha cabe ao paciente, uma vez que a cirurgia pode ser assistida pelo mesmo na tela do monitor, em tempo real.

Cirurgia - Artroscopia
Como já é amplamente conhecido, e com base nas fotos aqui mostradas, começamos dizendo que nos dias atuais a cirurgia é bem menos invasiva e traumática. Os acessos cirurgicos são dois, medial e lateral ao tendão patelar, com aproximadamente 0,5cm, por onde introduzimos a câmera e o instrumental especializado, todos de calibre bem pequeno. Nao há cortes extensos e nem grande descolamento de tecidos moles, o que diminui as chances de infecção e deiscência da sutura.
A cirurgia e totalmente realizada com a visualização indireta pelo monitor! Portanto, pode ser assistida em tempo real pelo paciente, desde que possua "estomago forte"!!!

Cabe uma ressalva: se o procedimento for só para corrigir lesões meniscais ou sinovectomia, somente os dois orifícios iniciais são confeccionados!!!

Técnicas de retirada do enxerto (para reconstruções ligamentares)
Uma técnica muito conhecida há longo período é aquela que usa o terço médio do tendão patelar, que é obtido com um corte mediano, com aproximadamente 10 a 12cm, que resulta em uma cicatriz anterior.
Há um método menos traumático de retirar o enxerto, com uma pequena incisão (4cm em media) na face antero-medial e proximal da perna, identificação e exérese dos tendoes dos mm. grácil e semitendíneo para confecção do enxerto final. Somem-se a esta, as mini-incisões medial e lateral ao tendão patelar (0,5cm cada), além de uma com aproximadamente 1cm no polo proximal, para colocação do parafuso de fixação transverso no fêmur.

Sistema de drenagem fechada (a vácuo) no pós-operatório imediato
É muito importante que se instale tal sistema logo após o procedimento cirúrgico, uma vez que o mesmo é totalmente realizado dentro de uma cavidade articular, delimitada por uma membrana pouco distensível, que é submetida a grandes aumentos de pressão resultantes de sangramento ativo sinovial e ósseo.
No total , o mesmo é mantido por um período de aproximadamente 18 horas, dependendo de caso a caso, onde o volume total drenado chega a 600 ml em alguns casos. Imagine essa quantidade de sangue confinada na cavidade articular!!! Resultaria em muita dor e impotência funcional, comprometendo o resultado final do procedimento.
Isso é ainda mais importante quando estamos falando de reconstrução ligamentar, que necessita da confecção de túneis ósseos por broqueamento, com maior sangramento resultante.

Recuperação pós-operatória - Fisioterapia
A fisioterapia começa logo após a cirurgia, com aplicação de gelo local, sessões de 20 minutos a cada 2 ou 3 horas, além dos exercícios isométricos (contração muscular, sem mobilidade articular ativa). Tudo iniciado ainda com o dreno.
Após a retirada do dreno, a mobilidade articular passiva e instituída, dentro dos limites da dor, além de carga parcial assistida nos primeiros dias.
O uso de tutores fixos de joelho restringe-se ao dormir e ao andar em vias públicas, pelo risco imposto pelos desníveis, que favorecem novas torções.
Após a primeira semana, os movimentos articulares são favorecidos para menor perda de propriocepção (sensação da perna no chão) e maior ganho da amplitude de movimentos. A carga passa a ser sem auxílios ou restrições, sejam absolutas ou relativas.

Evolução para cura e retorno à prática laborativa e/ou desportiva
O período de tempo para recuperação total e variável, dependendo de fatores como técnica empregada, tempo de cirurgia, material utilizado, assiduidade as consultas de acompanhamento ambulatorial e fisioterápico, eficiência fisioterápica, dentre outros. Em termos gerais, o retorno à prática laborativa gira em torno de 30 dias, com restrições para carregar peso ou longos períodos de ortostase (ficar em pé), assim como subir escadas.
Quando o assunto é a prática de esportes, o retorno pode ser precoce, por volta de 4 meses, ou um pouco mais demorado, como 6 meses, esse último nos casos onde se pratica esportes que exigem saltos (Volei, Basquete, Handebol, ...).

domingo, 8 de julho de 2007

Uma breve história sobre anti-inflamatórios

Vamos começar esse nosso pequeno passeio pela história dos anti-inflamatórios, esclarecendo que existem dois tipos distintos: os esteróides (corticóides) e os não-esteróides. O primeiro é de uso restrito, já que traz consigo efeitos colaterais como retenção líquida, osteoporose, diabetes, hipertensão e úlcera gástrica. O segundo é amplamente utilizado pela sua maior segurança e menor risco de complicações. Com base nisso, abordaremos aqui os AINEs.
Vamos começar essa história com os diclofenacos (sódico e potássico), ótimos em sua função contra a inflamação, porém com efeitos colaterais graves que vão de gastrite superficial aguda até úlcera gástrica. Isso acontece uma vez que agem de forma não seletiva impedindo a ação das cicloxigenases (1 e 2), interferindo na cadeia que resulta na síntese das prostaglandinas (mediadoras do processo inflamatório), a partir do ácido araquidônico. Essa falta de seleção faz com que o processo inflamatório seja controlado (ação da COX2), mas que se perca concomitantemente a proteção gástrica pela inibição da secreção de muco (açao da COX1).
Então, o que seria mais importante? Descobrir um jeito de selecionar essa ação do medicamento. Ai surgem os seletivos para COX2 - Ethoricoxib, parecoxib, dentre outros. Parece que todos os problemas estão resolvidos, não é? Mas eis que nos defrontamos com um novo problema: o aumento de riscos cardio-vasculares, induzido por um radical sulfa presente na composição química das drogas. Com base em tudo isso, o que devo usar?
O primeiro ponto a entender é que todo medicamento traz beneficios e maleficios, seja ele qual for! O que devemos é pesar os riscos e associar com as benfeitorias, de acordo com cada caso... paciente a paciente. E o segundo ponto é que somente o médico é capaz de entender e determinar as ações necessárias em cada situação, o que nos leva a compreender que a automedicação, seja pelo próprio paciente ou pela indução de um balconista de drogaria, só pode resultar em problemas, e sérios! Portanto, consulte sempre o seu médico e nunca aceite conselhos da vizinha, dos avós, dos amigos, ou de qualquer pessoa! O risco existe e é sua vida que está em jogo!!!

sábado, 7 de julho de 2007

O futebol amazonense continua vivo!!!

Nem tudo está perdido torcedor ligado no Futebol Amazonense!!! Apesar da decepção que o São Raimundo nos expôs, os demais clubes, Fast e Nacional venceram seus jogos e mostraram que há uma luz no fim do túnel!!! São Raimundo - RR 1 x 2 Fast e Nacional 3 x 2 Tuna Luso.
Portanto amigos, nao desista de comparecer ao Estádio nos próximos jogos!!! Há quem mereça sua presença!!! E olha que o Fast ganhou seu jogo fora de casa!!!
Não interessa quem ... desde que cheguemos novamente à Série B!!! E na minha opinião o Fast desponta como favorito a vaga, aliás, o que já havia feito no ano passado, já que investiu bem mais e possui o melhor treinador em atividade no Amazonas... Aderbal Lana!!! Sempre ele!!!

HOMENAGEM AO GRANDE MESTRE

Quero utilizar esse espaço para um motivo muito especial. Na noite do dia 06.07 fomos pegos de surpresa com a súbita enfermidade ocorrida por um dos nossos melhores Professores na Área em Ortopedia e Traumatologia... o Prof.Dr. Júlio Mário de Melo e Lima... que sofreu um infarto do miocardio. Felizmente para todos nós, ele encontra-se bem no momento, após ter sido tratado com muito êxito pela equipe de cardiologistas da Clínica Check Up.
Venho então desejar, do fundo do meu coração, que nosso Grande Mestre se reestabeleça o mais rápido possível e pedindo, desde já, que não nos pregue mais sustos como esse.
Saiba que o Senhor é muito amado por todos que estão a sua volta!!!
Muita Saúde!!!

sexta-feira, 6 de julho de 2007

O que são as LER-DORT?


É sempre muito difícil dissertar sobre Lesões por Esforço Repetitivo - LER (atualmente conhecidas com DORT). É preciso que se entenda como tudo acontece, em quem ha maior predisposiçao e o que podemos fazer para evitar tais acontecimentos.
Hoje, com o avanço das pesquisas direcionadas, que resultam no maior entendimento da genese desta patologia, podemos afirmar que tudo começa no excesso de atividade física, muitas vezes induzida por cargas de trabalho excessivas e que exigem movimentos repetidos realizados por um mesmo grupamento muscular, por longos períodos de tempo. Isso tudo leva a um processo inflamatório da estrutura tendinea, que manifesta-se clinicamente com dor, edema local e impotência funcional, que variam em duração de 7 a 10 dias.
Entao, como podemos evitar tais complicações? É aí que cabe o trabalho de prevenção, no qual os movimentos repetidos e sistemáticos são evitados, por meio do que chamamos de rodízio de funções. Nesse processo, de tempos em tempos, os pacientes devem ser expostos a prática laborativa diferenciada, evitando o maior problema, a repetição.
Mas se o problema estiver instalado, so cabe o uso de anti-inflamatórios , miorrelaxantes (mirtax, p.ex.) e crioterapia local, além da procura imediata de consulta a um especialista em Ortopedia e Traumatologia, para acompanhamento ambulatórial e fisioterapico, concomitantes ao afastamento do trabalho, pelo periodo de até 10 dias.
Podemos associar ainda o surgimento das bursites de ombro e quadril, além das lombalgias, cervicalgias e dorsalgias, ao mesmo processo. Então, com base em todo o exposto, o melhor caminho e a PREVENÇÃO!!!

terça-feira, 3 de julho de 2007

A verdade sobre os anabolizantes!!!

Antes de qualquer comentário, é preciso que se entenda o real sentido da palavra anabolizante. A mesma denomina substâncias que visam aumentar a performance atlética de indivíduos, nem sempre de forma ilegal, já que em alguns casos existem os chamados "naturais", que resultam nesse efeito tão desejado.
O que é amplamente combatido por qualquer Comitê de Controle e o uso, durante a disputa de competições, de drogas esteróides, transfusões sanguíneas, alucinógenos, dentre outros... visando a obtenção de maior desempenho naquele momento, sem que seja dado o real valor que a preparação física teve durante todo o percurso do atleta até lá.
Portanto, sabemos hoje que existem opções de anabolizantes naturais, que nada mais fazem do que simular situações orgânicas normais. Podem ser amplamente encontrados em qualquer loja especializada em suplementos alimentares. Ai se enquadram as combinações ricas em carbohidratos, vitaminas, protenas em sua forma bruta ou já purificada, pronta para absorção, dentre outras.
Cabe ainda uma outra ressalva, uma vez que o uso e indiscriminado nas academias de todo o País e do mundo. Os esteróides anabolizantes aumentam o metabolismo basal (queimando gordura e aumentando a massa magra), aumentam a captação de proteínas pelos seus músculos (resultando em hipertrofia) e diminuem o estresse dos músculos a prática de exercícios físicos, "melhorando" os resultados em um curto espaço de tempo. Parece bom, né?
Só que o que parece maravilhoso é na verdade uma bomba-relógio, pronta para estourar dentro de você em alguns dias, meses ou anos, uma vez que os efeitos colaterais incluem insuficiência cardíaca congestiva, insuficiência hepática progressiva até cirrose, picos hipertensivos frequentes, hipotrofia de testículos e ovários, só para citar alguns. É mole?
Portanto, meu amigo, com base em tudo o que foi dito, procure se alimentar muito bem, de forma regrada e balanceada, tomando alguns suplementos prescritos por seu médico e passando muito longe de qualquer conselho dos "ratos de academia" que não se preocupam nem um pouco com sua saúde. Isso é certo!!! Como 2 + 2 sao 4!!!

Como ter uma bela noite de sono, sem desconforto?

Com certeza, muitos de nós já ouvimos falar de que o ideal é dormir no chão, ou então que cama boa é aquela em que parecemos mergulhar num rio de algodão. Pois se você é uma dessas pessoas... reveja e esqueca seus conceitos!!!
Para que saibamos qual o colchão ideal a cada um de nós, é preciso que imaginemos alguns pontos de relevancia: 1. Qual meu peso e altura? 2. Se durmo só, ou acompanhado por alguém, determinando quais são suas medidas também? 3. Qual a altura do meu travesseiro? 4. Qual a melhor posição para dormir? 5. É seguro dormir em rede?
Então, devemos sempre entender que colchão ideal é aquele que nos dá a densidade ideal baseada em minhas medidas pessoais e/ou as do companheiro(a), calculada prontamente por qualquer fabricante de colchões ou vendedor especializado. Não interessa se é mais duro ou mole, tem que ser o ideal pra mim! Além disso, a vida útil gira em torno de 2 anos, após esse periodo, cria-se um molde do corpo na estrutura do mesmo, fazendo com que você durma num verdadeiro abismo, o que não e nada bom para as curvas fisiológicas de sua coluna.
O mesmo vale para o travesseiro, nem muito alto, nem muito baixo, o ideal para lhe proporcionar conforto e segurança no sono.
Quanto a posição de dormir, a ideal é aquela onde você mantem as curvas fisiológicas de sua coluna sem estresse, ou seja, de lado, seja na esquerda ou na direita. A posição pode ainda ser melhorada com um travesseiro posicionado entre as pernas.
Se tais cuidados forem tomados, você provavelmente não será mais um a entrar para estatística dos pacientes portadores de dores lombares, dorsais, cervicais ou no corpo inteiro, que lotam nossos consultórios diariamente.

Por que as DIETAS não dão certo???

É sempre muito intrigante falar sobre uma dieta específica. Existem vários tipos, dependendo da moda e da tendência atual. Existe a relacionada com o Tipo Sanguíneo, a dos carbohidratos, dos sucos, dentre muitas outras. Entretanto, todas ela vizam um reequilíbrio do metabolismo basal de cada paciente, o que não pode ser obtido somente com regras alimentares. É importante que se entenda e nunca se esqueça que a prática de exercícios físicos é fundamental!!!
Ai surge outra pergunta: se tenho alguns quilos acima do meu peso ideal, quais exercícios possos fazer, sem que me tragam problemas como dores articulares, musculares e ate fadiga extrema? A resposta baseia-se no alívio da carga que seu peso submete sua estrutura corpórea quando somado a força da gravidade. Imagine você, gordo ou obeso, correndo ou simplesmente caminhando em um terreno irregular e com um tênis inapropriado. Coisa boa é que nao vai acontecer! Então, o ideal mesmo é a Hidroginástica ou a natação, que realiza exercícios num ambiente de densidade diferenciada e que com isso alivia a carga de estresse. Tudo isso deve ser sempre acompanhado por um profissional especialista na área, como um Professor de Educação física, além de ser precedido de exames específicos e avaliação médica rigorosa, por parte de um médico desportista.
Se esses cuidados forem tomados, seu metabolismo ser aprontamente alterado, fazendo com que você queime gordura dormindo. Ai, com certeza, quaisquer das dietas conhecidas vai ser efetiva e você vai ficar cada dia mais feliz com sua mudanca estética, resultando em amplo bem-estar e consequente alegria de viver.

ORTOPEDIA AO ACESSO DE TODOS



A partir de hoje, toda e qualquer pessoa interessada em esclarecer dúvidas e aprender mais sobre Ortopedia e Traumatologia tem um novo canal de informações, dinâmico e completo, através desse blog.
Estarei diariamente me pondo a disposição para quaisquer dúvidas, assim como mostrando atraveés desse espaço artigos e acontecimentos relacionados à Ortopedia.
Espero contar sempre com a atenção e carinho de todos!!!
Um forte Abraço!!!